E correnteza abaixo, fui tomada de paixão pela leitura de Carla Madeira, em TUDO É RIO, sem pudor fui tomada de uma inveja infantil de quem quer ser a outra e ter todo aquele talento em mim, escrever com tanta beleza e humanidade, entender o outro como seres feridos e perdoáveis, apesar de seus pecados imperdoáveis, ter tamanha empatia com qualquer que seja o ser humano.
De lá pra cá a escrita tem sido um suspiro de vida e esperança em mim, a esperança de aprender a amar, a vontade gigante de ser melhor e ser mais, de escutar minha alma nas suas mais profundas inquietações e transformá-las em arte.
Tomada pela sensibilidade na construção dos personagens revivi meus amores esquecidos, meus arquivos sentimentais, a lembrança daquela menina que brigava com moinhos de ventos pra não ser atropelada pelas paixões desenfreadas, que chegavam sem aviso prévio.
Este é o poder da arte, o de nós arrastar nas suas correntezas, de nos lembrar o quanto somos falhos, pequenos, egoístas e mesquinho quando tratamos do amor da carne, da posse, do desejo. Querer e ser querido, desejar ser desejado para além de tudo que já somos e temos, na esperança desenfreada de ser mais, de ser feliz apesar de tudo.
Carla nos lembra que o amor não nos protege, não tem fim por si só e como tudo na vida tem seu lado bom e ruim, sagrado e pecador e são poucos os que pagam o preço pra vivé-lo.
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