sexta-feira, 4 de abril de 2025

Namaste

 Acordar cedo, praticar Yoga e começar o dia.

Dois mil e vinte cinco tem sido um ano surpreendente, tantos projetos que sempre procrastinei estão acontecendo, caminhos se abrindo e mais calma no coração.

Missão: mudar os padrões negativos, dizer em voz alta que estou pronta para amar e ser amada, que sou luz e ilumino os caminhos onde passo.

Hoje recebi uma mensagem que fala que é quando fazemos o que não queremos que nos libertamos pra novos conhecimentos. Não é fácil mudar tantos anos de crenças limitantes, mas, como deixar o novo vir, se não mudamos? Parece tão clichê, não é? tão auto-ajuda, mas meus últimos dias tem sido sobre isto, quebrar correntes, mudar por dentro e, independentemente do resultado, saber o que evoluí, que meu crescimento pessoal me levou além.  

Praticar yoga tem sido uma dádiva na minha vida, as posturas que na infância me faziam tão bem e fluia tão fácil voltaram pra minha vida, meu corpo responde tão facilmente e é como um reencontro do meu corpo com minha alma, me sinto leve e fluída, sinto o vento e o deslizar da água com mais verdade.

Silenciar minha mente e reprogramá-la para ser plena, plena na verdade, seja ela boa ou ruim, solitária ou não.

Busco a magia em tudo que me rodeia e quanto mais a vejo nos pequenos detalhes mais intensa é a presença de Deus na minha vida.

Minha vida é um milagre, não tenho dúvidas, mas alguns momentos nela foram de uma força incrível e que Deus mostrou a sua força e que não estou sozinha e tudo me preparou para quem sou hoje e me sinto pronta para o amor, para me entregar a vida a dois, e acredito, reafirmo e aceito. Está feito.

Tenho orgulho de quem sou, da minha alegria de viver, da minha honestidade, do patrimônio que construi, da família que  me recebe e acolhe com carinho e amor, dos amigos que resistiram ao tempo, e da paz que habita meu coração, apesar de desejar tanto encontrar um amor romântico para ser um companheiro de vida.


quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

A espera da magia....

Mais uma vez estou eu aqui, novamente, neste lugar, apaixonada,  tentando justificar uma ausência, tentando acreditar que a magia do amor e do encontro possam mais uma vez acontecer na minha vida.

A menina/adolescente  que redescobre a paixão e a mulher madura que tenta fazer valer sua experiência.

E numa tentativa vã, busca se proteger da vida, das paixões desenfreadas.

Mais uma dose de racionalidade, sabendo de que pouco vale esta vida sem suas paixões, sem as ilusoes do amor romântico. 

Sei a grandeza que é poder sentir novamente um frio na barriga, acelerar o coração até quase perder o fôlego, de todas as coisas que podemos viver, está é, realmente, uma das mais bela ilusões.

Há dias sigo os sinais, o universo dialoga comigo nas rádios, nos relógios, nas cartas do tarot, na folha da agenda arrancada sem permissão,  esperando a magia da vida acontecer. 

Tenho buscado o amor na luz das velas, nas minhas mais íntimas orações, um amor que vá além dos momentos amorosos.

Preciso do encontro de olhares, do beijo de vida, uma nova vida em um beijo, é pela boca atravessamos o portal de quem somos em quem queremos ser, aqueles momentos únicos pelos quais esperamos a vida inteira.

Te Espero para Olharmos os Lírios no Campo

 Agora parece impossível lembrar de vc antes daquela noite, quantas vezes vc passou por mim, sempre tão educado e contido, tão adoravelmente oposto a tudo que sou, tudo em você parecia estar no seu devido lugar, enquanto eu nadava num mar de caos, tentando colocar as coisas nos seus lugares, lembro qdo ouvi seu nome pela primeira vez, por fim conhecia um Érico, e que cabia tão bem na imagem que tinha de Eugênio, olhando os lírios no campo, e até mesmo a imagem que tinha do próprio, Érico Veríssimo,  lembro de perguntar a tua irmã se seu pai era um grande leitor e se homenageou  o escritor pra te dar nome tão lindo, mas não lembro qual foi a resposta.

Em tantos anos de convivência cordial e indiferente, não lembro de vê você sorrindo, até um ano atrás,  quando me chamou pra dançar e num susto percebi que me olhava diferente, vc não tem ideia o tanto de surpresa isto me causou, a ideia de beijá-lo me pareceu absurda e resisti, vontade não faltou, após a bebedeira o ano se passou igual a todos os outros, uma convivência educada e agradável,  sem nenhuma surpresa de tudo que já conhecia.

E o dia chegou,  iríamos comemorar mais um ano de trabalho e convivência pacífica, do nada fui tomada pela curiosidade, será que ele vai sorrir pra mim de novo, e quando vc chegou, a festa começou,  eu não estava mais sozinha, e ficou claro que vc também esperava algo daquele dia, e assim se fez , sorrisos, olhares, desejos e aquele medo delicioso de querer se aventurar.

A tarde passou rápido e a vontade era de que aquele dia não acabasse, que aquela festa entrasse noite a dentro e fosse infinita, enfim saímos festa a fora, até ficarmos sozinhos sem mais ninguém,  um desconforto tremendo tentando racionalizar o desejo, que só crescia. 

E nossos lábios se entreabriram, começava um beijo sem fim, a vontade de comer, como se nunca tivesse beijado assim e paramos de resistir, deixando a magia agir, entre músicas,  palavras, peles, cheiros, lençóis atravessamos a noite, me entreguei como se fosse a primeira e última vez, pequenas e grandes mortes, renascimentos e reconhecimentos.

Não lembro mais quem era você e muito  menos quem eu era.

Fotografei cada detalhe daquele dia único, já faz uns dias sem notícias e a cada dia a foto fica um pouco embassada, desfocada, desejando reviver tudo novamente, tentando sobreviver a sua falta de disponibilidade. 

Mas não importa, fui anjo por uma noite eterna e aceito a minha mortalidade ao amanhecer.

E brindo a este presente, tão já passado e sem promessas de futuro.

Hoje só palavras escondidas num blog desconhecido sobre as lembranças de uma noite eterna.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Futuros Amantes

 FUTUROS AMANTES

CHICO BUARQUE

Não se afobe, não

Que nada é pra jáO amor não tem pressaEle pode esperar em silêncioNum fundo de armárioNa posta-restanteMilênios, milênios no ar
E quem sabe, entãoO Rio seráAlguma cidade submersaOs escafandristas virãoExplorar sua casaSeu quarto, suas coisasSua alma, desvãos
Sábios em vãoTentarão decifrarO eco de antigas palavrasFragmentos de cartas, poemasMentiras, retratosVestígios de estranha civilização
Não se afobe, nãoQue nada é pra jáAmores serão sempre amáveisFuturos amantes, quiçáSe amarão sem saberCom o amor que eu um diaDeixei pra você
Não se afobe, nãoQue nada é pra jáAmores serão sempre amáveisFuturos amantes, quiçáSe amarão sem saberCom o amor que eu um diaDeixei pra você
Saudades do Paraíso, Barra de Mamanguape, do seu Rio, do seu Mar, do seu silêncio, dos seus aconchegos, dos seus amores....
Como paralisar aquelas imagens, aqueles toques, aqueles devaneios, como saciar tanta fome?
Em um futuro, quem saberá?
Existe tanta cumplicidade em nossos silêncios, não tinha ideia como seria romper tanto silêncio e nada foi preciso, tão fácil e simples como a água que corria do mar até o rio, sem barreiras, sem complicações, natural como tudo por lá.
Aquele ceú que nos protegia, toda aquela água que nos abraçava, nem todas aquelas milhares de palavras proferidas não rompiam tantos silêncios.
Tudo era riso naquele rio, tudo era pele naquele sol,  tudo era vida naquele calor, tudo era prazer naquele sal, era tudo que tinhamos.
Não mergulhamos no mesmo rio, quanta água passou por nós dois, mas mergulhamos de novo e tinha muito mais vontade, éramos os mesmos e estavámos tão melhor, mais disponíveis e felizes. 

Já somos futuro e como qualquer outro futuro, incerto, desejável e que não para de acreditar.

Te aguardo em um futuro, que espero próximo, em algum lugar deste planeta.

Espero que você Apareça, Aparicio.



segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Quero não, obrigada!

Detesto menstruar e acredito que de todas as condições que nós impõe como condição de ser mulher, esta é a pior.

Hoje consigo analisar a Sara menina, adoslescente, adulta, coroa como personagens que compõem a mulher que sou hoje, posso até me assistir como em um filme, a criança que menstruou aos  11 anos de idade, antes da irmã mais velha e das primas mais velhas, arrodeada de amiguinhas que mal começavam a desenvolver e os meus seios já chegavam sem pedir licença, foi bem traumatizante, os inchaços, TPM, comentários e tudo aquilo tão desagradável, sem falar daquele rio de sangue que escorria entre as pernas sem nenhum controle, sem pedir licença e saia sujando tudo.

Antes, durante, dias intermináveis.

Antes: a displásia mámaria, dois quilos a mais, angústia, uma panela prestes a explodir, irritação.

Durante: seis dias de muito fluxo, odores fortes, cólicas fortes e os maiores modess que tinham no mercado pra conter aquela vazão, não era lindo, não.

A lua, a mulher, a natureza, o sagrado feminino nada me convencia.

Então, se fosse necessário me desconectar com meu sagrado feminimo, pra acabar com aqueles eternos dias de desconforto e nenhuma vontade de engravidar, tudo bem, viva a ciência, os anteconcepcionais, o DIU e qualquer coisa que parasse com aquilo.

Talvez a criança que se sentia rejeitada pela mãe, encarnações anteriores, carmas mal resolvidos, falta de amor entre meus pais, ausência de amores seguros e que me permitissem romantizar, sei lá, a única certeza que tinha é que não me fazia falta alguma menstruar e ter filhos não era uma vontade que me acompanhava.

Medo da solidão no futuro? Sim, tenho.

Medo de criar e educar filhos? Não.

Vontade? Nenhuma. 

Meu eu mulher negligenciado ou desrespeitado? Talvez o tempo responda.

Hoje sei o quanto vivi na ferida da rejeição, fugindo de tudo que pudesse me causar dor e grandes sofrimentos, processos mentais tão fortes e intrínsecos quanto respirar, 

O que me define como mulher feminina, sagrada, conectada com a natureza e com meu eu mais íntimo?

São tantos traumas, crenças limitantes, desejos frustrados, tantos lugares que não me cabiam e até hoje não cabem, caixinha que me enquadram, e o tempo que escorre entre as mãos, e, uma vida só pra resolver todas estas questões.

Talvez não me cabia resolver ou aceitar, preciso vivenciar coisas que minha alma feminina almeja, desejar sem medos ou enquadramentos, livre das crenças e traumas, deixando os desejos, os amores, a maternidade, a paternidade que existam em mim se manifestarem.

Sempre foi sobre nosso potencial criativo, que só se realiza na desconstrução de tantos padrões que só limitam e frustram.



sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Quem não quer ser FERNANDA YOUNG?

 

 O que faz o bom escritor, senão transformar emoções em palavras? Quem mais poderia traduzir as dores, as alegrias, o dia, o mês, o ano, a decada, a vida e transformá-las em música, filmes, pinturas, poesias, prosas, versos?.
                                                          E quem melhor traduziu toda a louca, contradição e o politicamente incorreto que fizeram dos anos 90 e 2000 os anos mais caóticos e criativos que já se tem notícias, ela, FERNANDA YOUNG.
                                                         Que delícia assistir Foge-me ao controle, um documentário sobre a obra e vida de Fernanda, reafirmando sua escrita densa, séria e ou mesmo tempo tão cortante e divertida, uma mulher admirável, principalmente, por fugir de todos os padrões, a escritora compulsiva, que de tudo e de todos tirou profundas e divertidas observações. 



quarta-feira, 9 de outubro de 2024

TUDO É RIO


 E correnteza abaixo, fui tomada de paixão pela leitura de Carla Madeira, em TUDO É RIO, sem pudor fui tomada de uma inveja infantil de quem quer ser a outra e ter todo aquele talento em mim, escrever com tanta beleza e humanidade, entender o outro como seres feridos e perdoáveis, apesar de seus pecados imperdoáveis, ter tamanha empatia com qualquer  que seja o ser humano.

De lá pra cá a escrita tem sido um suspiro de vida e esperança em mim, a esperança de aprender a amar, a vontade gigante de ser melhor e ser mais, de escutar minha alma nas suas mais profundas inquietações e transformá-las em arte.

Tomada pela sensibilidade na construção dos personagens revivi meus amores esquecidos, meus arquivos sentimentais, a lembrança daquela menina que brigava com moinhos de ventos pra não ser atropelada pelas paixões desenfreadas, que chegavam sem aviso prévio. 

Este é o poder da arte, o de nós arrastar nas suas correntezas, de nos lembrar o quanto somos falhos, pequenos, egoístas e mesquinho quando tratamos do amor da carne, da posse, do desejo. Querer e ser querido, desejar ser desejado para além de tudo que já somos e temos, na esperança desenfreada de ser mais, de ser feliz apesar de tudo.

Carla nos lembra que o amor não nos protege, não tem fim por si só e como tudo na vida tem seu lado bom e ruim, sagrado e pecador e são poucos os que pagam o preço pra vivé-lo.

Namaste

 Acordar cedo, praticar Yoga e começar o dia. Dois mil e vinte cinco tem sido um ano surpreendente, tantos projetos que sempre procrastinei ...